domingo, 8 de abril de 2007

Superfície de Marte pode provocar aquecimento global

Diminuição de brilho: Mudanças no albedo (grau de refletividade) da superfície marciana podem ter mudado o clima do planeta, de acordo com simulações por computador.
Um escurecimento da superfície de Marte pode ter causado um gradual aquecimento nos últimos 20 anos. Com base num modelo do clima do planeta, pesquisadores relataram que o brilho ou escuridão de seu terreno influenciam fortemente sua temperatura atmosférica. Eles concluíram que o calor absorvido por rochas escuras aumenta a velocidade dos ventos, que por sua vez removem a areia e poeira, que são claras. Com isso, o terreno fica ainda mais escuro e o processo é realimentado. Mas o aquecimento previsto teoricamente é difícil de confirmar, dizem os pesquisadores. Ele está sujeito a mudanças que dependem do movimento da areia.Fotografias obtidas nas últimas três décadas mostram que vastas regiões de Marte se tornaram mais claras ou mais escuras em 10% ou mais.

No total, isso fez com que o planeta refletisse cerca de 20% da luz solar. Para determinar se mudanças no albedo (a porcentagem da luz solar refletida pelo planeta) afetam o clima, fotos obtidas pelas naves Viking, tiradas entre 1976 e 1978, foram comparadas com imagens da Mars Global Surveyor obtidas em 1999 e 2000. Dados sobre o albedo marciano foram incorporados a um modelo computadorizado do clima do planeta, que simulava mudanças na temperatura e na direção dos ventos ao longo de um ano. No modelo, as áreas que se tornaram mais escuras aqueceram o ar sobre elas, levando à formação de pequenos redemoinhos que varriam partículas escuras do solo, segundo Lori Fenton, membro do grupo que realizou a simulação, no Centro Carl Sagan, Califórnia.

As regiões menos reflexivas também apresentaram ventos mais fortes, pois o ar quente se dirige às regiões mais frias, causando turbulência. A diferença de albedo entre os dois períodos gerou um aquecimanto de 0,65ºC, de acordo com Fenton e colaboradores, que publicaram seus resultados nesta semana na revista Nature. Uma lenta elevação da temperatura no pólo sul marciano durante os verões pode ser a causa da diminuição de tamanho da calota polar nos últimos 4 anos, observam os cientistas. O processo de aquecimento, diz Fenton, estaria na verdade diminuindo, pois as maiores tempestades de poeira, que varreram todo o planeta, aconteceram nos anos 70.

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