segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Os climas do país

O Brasil possui uma grande variedade de climas, devido ao seu território extenso (8,5 milhões de km2), à diversidade de formas de relevo, à altitude e dinâmica das correntes e massas de ar. Cerca de 90% do território brasileiro localiza-se entre os trópicos de Câncer e Capricórnio, motivo pelo qual usamos o termo "país tropical". Atravessado na região norte pela Linha do Equador e ao sul pelo Trópico de Capricórnio, a maior parte do Brasil situa-se em zonas de latitudes baixas, nas quais prevalecem os climas quentes e úmidos, com temperaturas médias em torno de 20 ºC.


Os tipos de clima

A classificação de um clima depende de diversos fatores, como a temperatura, a umidade, as massas de ar, a pressão atmosférica, as correntes marítimas e ventos, entre outros. A classificação mais utilizada para os diferentes tipos de clima do Brasil assemelha-se à criada por Arthur Strahler, se baseando na origem, natureza e movimentação das correntes e massas de ar.

Sabe-se que as massas de ar que interferem mais diretamente são a equatorial (continental e atlântica), a tropical (continental e atlântica) e a polar atlântica. Dessa forma, são verificados no país desde climas superúmidos quentes, provenientes das massas equatoriais, como é o caso de grande parte da região Amazônica, até climas semi-áridos muito fortes, próprios do sertão nordestino. Temos então, como principais tipos climáticos brasileiros:
  • Subtropical
  • Semi-árido
  • Equatorial úmido
  • Equatorial semi-úmido
  • Tropical
  • Tropical de altitude

domingo, 15 de abril de 2007

Mais árvores, menos aquecimento global, certo? Não exatamente



Uma simulação de 150 anos do desmatamento em todo o mundo descobre que as florestas tropicais são escoadouros de carbono e que as florestas boreais contribuem para o aquecimento

Antes das lâmpadas fluorescentes e do etanol, a primeira opção contra o aquecimento global era plantar árvores. Afinal, as florestas refrescam a atmosfera absorvendo o dióxido de carbono do ar. No entanto, um novo estudo publicado pelos Proceedings of the National Academy of Sciences afirma que, em algumas partes do mundo, outros efeitos climáticos das florestas podem cancelar as vantagens decorrentes de sua capacidade de seqüestrar carbono.
Utilizando um modelo climático tridimensional, a equipe de pesquisa simulou um desmatamento global completo e estudou os efeitos da devastação em regiões de latitudes diferentes, como as zonas tropicais e boreais. Aparentemente, esses escoadouros naturais de carbono cumprem efetivamente o que se espera apenas nas regiões tropicais; em outras áreas, eles não têm nenhum impacto ou chegam mesmo a contribuir para o aquecimento do planeta. Na verdade, de acordo com esse modelo, até o ano 2100, se todas as florestas fossem cortadas e deixadas para apodrecer, a temperatura global anual diminuiria em mais de 0,5 ºF. “Não tenho certeza se esse pequeno resfriamento é necessariamente significante, mas acabar com todas essas floretas produziu pouquíssimas mudanças na temperatura”, diz o co-autor da pesquisa Ken Caldeira, ecologista da Carnegie Institution do Departamento de Ecologia Global de Washington em Stanford, na Califórnia. “O interessante é que o resultado global é produto de reações muito diferentes em diferentes latitudes”.
As árvores possuem três grandes funções no clima: elas absorvem o carbono que obtêm na atmosfera, causando resfriamento; suas folhas verdes escuras absorvem a luz do Sol, aquecendo a superfície da Terra; e elas absorvem a água do solo, que por sua vez evapora na atmosfera, criando nuvens baixas que refletem os raios quentes do Sol (um mecanismo conhecido como evapotranspiração, que também leva ao resfriamento). Esses três fatores – e o segundo vem sendo amplamente ignorado em modelos climáticos até agora, de acordo com Caldeira –, juntos produzem resultados muito diferentes nas principais latitudes estudadas: a zona equatorial tropical; as latitudes médias, que incluem a maior parte dos Estados Unidos; e as áreas boreais, que são subárticas e incluem uma boa porção do Canadá, Rússia e as extremidades mais ao norte dos Estados Unidos. Em todas as três regiões, as florestas cumprem sua tarefa de absorver o dióxido de carbono do ar, mas a absorção de luz e a evapotranspiração variam muito.
Nas zonas tropicais, as florestas têm um efeito geral significativo na diminuição da temperatura.
O solo é muito úmido e, assim, por meio da evapotranspiração, as árvores ficam cobertas por nuvens baixas que criam um pequeno albedo (intensidade de luz refletida por uma superfície). Em áreas não-tropicais, Caldeira explica, “o fator mais significativo é se há neve no solo durante o inverno”. Se uma floresta cobre uma extensão cheia de neve, exerce uma forte influência no aquecimento por causa da pouca cobertura de nuvens, resultante de uma eficiência menor na evaporação da água.
A formação deficiente de nuvens, aliada à intensa absorção de luz pelas árvores “supera em muito efeito de resfriamento decorrente do armazenamento de carbono”, ele diz.

sexta-feira, 13 de abril de 2007

Enzimas de restrição


Este tipo de enzima é a responsável pela defesa de uma bactéria, assim como os anticorpos são pelas células humanas. Quando, por exemplo, um bacteriófogo (vírus) ataca uma bactéria, ele lança na mesma seu DNA. As enzimas de restrição atuam neste momento. Estas, que são altamente específicas, reconhecem e clivam ("quebram") o DNA do bacterófago em pontos peculiares.

A figura acima mostra a atuação da ECOR1, que protege a E. coli do ataque de bacteriófagos.

terça-feira, 10 de abril de 2007

Gene ativa a autocura do fígado


(Controle de lesões: células do fígado especializadas em reparos obtêm informações de um gene normalmente associado ao suicídio celular no sistema nervoso)
A descoberta traz novas esperanças para o tratamento de diversas doenças hepáticas, como cirrose e hepatite. O estudo, conduzido por pesquisadores da Universidade da Califórnia, concluiu que camundongos que não tinham o gene apresentaram uma deterioração marcante em seus fígados e viveram menos que os camundongos normais.Segundo os pesquisadores, os danos ao fígado ativam um grupo de células especializadas em reparar essas lesões chamadas células hepáticas estelares (HSC, na sigla em inglês para hepatic stellate cells). São elas que produzem as fibras de colágeno que sustentam o crescimento de novas células. “Queremos ativar essas células. Mas não durante muito tempo”, diz a neurobióloga Katerina Akassoglou, líder da pesquisa realizada na Universidade da Califórnia. Isso por que as fibras de colágeno começam a substituir as células sadias do fígado, o que, por exemplo, poderia até provocar a falência do órgão em casos de pessoas com cirrose.Até agora, porém, os pesquisadores não sabem quais genes controlam esse processo. Mas Akassoglou e seus colegas acreditam ter encontrado um bom “candidato” no gene para o receptor da neurotrofina p75 (p75NTR), um regulador da morte celular existente no cérebro que também é ativado logo após as lesões ocorridas no fígado. Usando camundongos com propensão a doenças hepáticas, a equipe de Akassoglou criou uma linhagem de roedores sem o gene p75NTR. Após dez semanas de estudo, verificou-se que o fígado desses roedores foi coberto por lesões – e só a metade dos animais conseguiu viver além desse período. Enquanto isso, os roedores normais (que tinham o gene) viveram mais de seis meses.A proteína p75NTR localiza-se na superfície das células hepáticas estelares.
E o grupo de pesquisadores acredita que, ao ser estimulada por algum agente ainda desconhecido após algum dano ocorrer no fígado, a p75NTR desencadeia uma série de sinais no interior das células que as leva a iniciar o processo de cicatrização.
Os resultados foram publicados na revista Science no final de março. Segundo Akassoglou, agora o próximo passo é determinar o papel que o p75NTR desempenha nos estágios posteriores das doenças hepáticas para ver se sua interrupção irá parar a produção prejudicial de colágeno. “Se você sabe qual é o gene e como as células fazem para voltar ao normal, então podemos começar a interferir nesse processo”, diz.

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Amazônia


A Amazônia (ou Amazónia) é uma região na América do Sul, definida pela bacia do rio Amazonas e coberta em grande parte por floresta tropical (que também é chamada Floresta Equatorial da Amazônia ou Hiléia Amazônica). Possui o maior rio do mundo, o rio Amazonas e estende-se por nove países: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela. No Brasil, para efeitos de governo e economia, a Amazônia é delimitada por uma área chamada Amazônia Legal. É chamado também de Amazônia o bioma que, no Brasil, ocupa 49,29% do território, sendo o maior bioma terrestre do país, onde é constituída pelos ecossistemas:

* floresta ombrófila densa (a chamada Floresta Amazônica)
* floresta ombrófila aberta
* floresta estacional decidual e semidecidual
* campinarana
* formações pioneiras
* refúgios montanos
* savanas amazônicas
* matas de terra firme
* matas de várzea
* matas de igapós

Estes ecossistemas estão distribuídos em 23 eco-regiões, abrangendo os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e pequena parte do Maranhão, Tocantins e Mato Grosso.Inclui também zonas de transição com os biomas vizinhos, cerrado, caatinga e pantanal.

O grande problema da Amazônia é que os recursos naturais da maior floresta tropical do mundo estão sendo destruídos desnecessariamente. O ciclo de exploração da floresta é geralmente o mesmo. Ele começa com a apropriação indevida de terras públicas devolutas. Quem chega primeiro são os madeireiros irregulares. Eles entram nas terras de propriedade pública, abrem estradas clandestinas e retiram as árvores de valor comercial. Um levantamento feito pelo Ministério do Meio Ambiente indica que 80% da madeira que sai da região é proveniente de exploração criminosa de terras públicas. Uma madeireira dessas explora a mesma área por alguns anos. Quando a madeira se esgota, ela segue adiante, invadindo outra área pública.

domingo, 8 de abril de 2007

O cerrado e a cana: convivência possível?


A demanda crescente por biocombustíveis como alternativa aos combustíveis fósseis, responsáveis por grande parte das emissões de gases do efeito estufa, pressupõe a expansão do cultivo de cana-de-açúcar para produção de etanol.
Expansão do cultivo da cana para produção de etanol pode por em risco áreas de alto valor biológico

O cerrado deve ser o bioma mais impactado pela esperada expansão do cultivo da cana-de-açúcar para produção de etanol. Da extensão total de aproximadamente 2 milhões de quilômetros quadrados ocupada por essa formação vegetal, 19,7% são considerados áreas de extrema importância biológica. E mais da metade (70%) dessas regiões corresponde exatamente aos locais onde a cana encontra condições ideais de cultivo. Os dados são de um estudo feito por mais de 200 pesquisadores de diferentes universidades brasileiras, por encomenda do Ministério do Meio Ambiente (MMA), e foram divulgados no seminário ‘A expansão da agroenergia e seu impacto sobre os ecossistemas brasileiros’, realizado nos dias 26 e 27 de março no Rio de Janeiro.

A pesquisa, apresentada pelo biólogo Ricardo Machado, diretor do Programa do Cerrado da organização não-governamental Conservação Internacional (CI) – procurada pelo MMA para dar apoio técnico e treinamento aos participantes do estudo –, identificou áreas prioritárias para conservação e áreas de extrema importância biológica na floresta amazônica, no pantanal e no cerrado. O critério usado foi a ocorrência de espécies ameaçadas, de endemismo (espécies que só ocorrem naquele local), de remanescentes de vegetação nativa e de componentes hidrológicos importantes, como nascentes. “Áreas com essas características que ainda não são protegidas por unidades de conservação deveriam receber atenção especial”, explica Machado.

A inserção desses critérios em um programa computacional específico gerou mapas que revelam as áreas prioritárias para conservação. Das 294 regiões identificadas no cerrado, 166 são consideradas de extrema importância biológica. Outro mapa, que mostra as melhores áreas para o cultivo da cana, também foi produzido. “Nesse caso, utilizamos como critério os níveis de precipitação – que precisavam ser maiores do que 1200 milímetros por ano –, a existência de estação seca demarcada, temperaturas mínimas maiores que 18 °C e máximas menores que 45 °C”, enumera o biólogo. Todas essas condições favorecem a produtividade da cana. Segundo Machado, o mapa do estudo do MMA ficou bem parecido com o apresentado por Luiz Cortez, engenheiro agrícola da Universidade Estadual de Campinas, que divulgou estudo no qual foram identificadas as áreas prioritárias para o cultivo da cana levando em conta, além desses fatores, aspectos como qualidade dos solos e declividade do terreno.

O cruzamento do mapa de áreas prioritárias para conservação com o de áreas ideais para cultivo da cana evidenciou o risco que a expansão do agronegócio representa para o cerrado, caso medidas reguladoras não sejam tomadas. As regiões mais afetadas seriam: o Triângulo Mineiro, todo o estado de Goiás, o entorno do Pantanal, no Mato Grosso do Sul, as cabeceiras dos rios Xingu e Araguaia, na porção oeste do Mato Grosso, o sul do Piauí e do Maranhão e o norte de Tocantins.
Efeitos indiretos do plantio da cana

O aumento da produção de cana de forma impensada provocaria também efeitos indiretos sobre a biodiversidade: empurraria as plantações de soja e a pecuária para áreas florestadas (inclusive na Amazônia) e provocaria o surgimento de cidades desordenadas. P ara Machado, algumas medidas poderiam impedir os prejuízos da expansão da cana. Entre elas, estão: a realização – e o cumprimento – do zoneamento econômico-ecológico (instrumento que determina os locais permitidos para cada tipo de empreendimento, desde a ocupação urbana e a instalação de indústrias até o estabelecimento de áreas de preservação), a criação de selos que garantam que a cana e seus derivados, como o etanol, foram produzidos seguindo critérios de responsabilidade social e ambiental e a valorização das terras florestadas. Ele ressalta: “A preservação não pode ficar com o refugo das áreas usadas para a produção”. E acrescenta que é preciso o comprometimento de governos, da sociedade civil e do setor privado para garantir a sobrevivência do cerrado e das florestas.

O biólogo acredita que a principal atitude a ser tomada no momento é reunir os envolvidos para tentar encontrar soluções que satisfaçam a todos. Segundo ele, há abertura suficiente no setor privado para ouvir as demandas conservacionistas. “Hoje, quem quiser entrar ou continuar no mercado, deverá adotar práticas social e ambientalmente responsáveis. No mercado externo, por exemplo, essa condição está se tornando imprescindível”, finaliza.
Postagem referente ao dia anterior (sábado, 7 de Abril)

Superfície de Marte pode provocar aquecimento global

Diminuição de brilho: Mudanças no albedo (grau de refletividade) da superfície marciana podem ter mudado o clima do planeta, de acordo com simulações por computador.
Um escurecimento da superfície de Marte pode ter causado um gradual aquecimento nos últimos 20 anos. Com base num modelo do clima do planeta, pesquisadores relataram que o brilho ou escuridão de seu terreno influenciam fortemente sua temperatura atmosférica. Eles concluíram que o calor absorvido por rochas escuras aumenta a velocidade dos ventos, que por sua vez removem a areia e poeira, que são claras. Com isso, o terreno fica ainda mais escuro e o processo é realimentado. Mas o aquecimento previsto teoricamente é difícil de confirmar, dizem os pesquisadores. Ele está sujeito a mudanças que dependem do movimento da areia.Fotografias obtidas nas últimas três décadas mostram que vastas regiões de Marte se tornaram mais claras ou mais escuras em 10% ou mais.

No total, isso fez com que o planeta refletisse cerca de 20% da luz solar. Para determinar se mudanças no albedo (a porcentagem da luz solar refletida pelo planeta) afetam o clima, fotos obtidas pelas naves Viking, tiradas entre 1976 e 1978, foram comparadas com imagens da Mars Global Surveyor obtidas em 1999 e 2000. Dados sobre o albedo marciano foram incorporados a um modelo computadorizado do clima do planeta, que simulava mudanças na temperatura e na direção dos ventos ao longo de um ano. No modelo, as áreas que se tornaram mais escuras aqueceram o ar sobre elas, levando à formação de pequenos redemoinhos que varriam partículas escuras do solo, segundo Lori Fenton, membro do grupo que realizou a simulação, no Centro Carl Sagan, Califórnia.

As regiões menos reflexivas também apresentaram ventos mais fortes, pois o ar quente se dirige às regiões mais frias, causando turbulência. A diferença de albedo entre os dois períodos gerou um aquecimanto de 0,65ºC, de acordo com Fenton e colaboradores, que publicaram seus resultados nesta semana na revista Nature. Uma lenta elevação da temperatura no pólo sul marciano durante os verões pode ser a causa da diminuição de tamanho da calota polar nos últimos 4 anos, observam os cientistas. O processo de aquecimento, diz Fenton, estaria na verdade diminuindo, pois as maiores tempestades de poeira, que varreram todo o planeta, aconteceram nos anos 70.